Pequena história da dança em mim
por Marcelle Louzada
Quando criança, queria ir embora com o circo. Esse pensamento, em diferentes momentos da vida, vinha como um refrão na trilha sonora da minha existência. O circo, tão presente no imaginário infantil, principalmente de criança de cidade pequena, parecia ser a solução para todos os problemas do mundo, lugar da alegria e sem espaço para o tédio. Nele, não havia regras e nem sala de aula com cadeiras enfileiradas. Queria dançar na ponta dos pés, caminhar em uma corda bamba, rodopiar em uma lira, ser bailarina, uma artista sem lenço e sem documento viajando com uma grande trupe em um ônibus colorido.
Nasci em Formiga, uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, em uma época onde não havia computadores, celulares e redes sociais. Aos domingos, pela tela da TV compartilhada por toda a família, aguardava a vinheta de abertura do Programa Fantástico para dançar junto. Com 6 ou 7 anos, ganhei uma vitrola amarela e uma coleção de discos das minhas primas mais velhas. Minha brincadeira preferida era reunir as meninas da escola para ensaiar coreografias e apresentar nos eventos.
Crescer em cidade pequena foi expansão, no sentido de disponibilidade de espaços de convívio, principalmente em relação ao espaço público urbano. Tinha permissão para ir à escola sozinha, andava de patins na rua, fazia jazz no centro da cidade, dormia na casa das amigas da escola, fazia trilha no mato com o meu pai nos finais de semana. Ainda assim, meu grande sonho de infância era morar na cidade grande, pois crescer em cidade pequena era encolhimento, no sentido de espaços de cultura; não tinha teatro, cinema, galeria, museu, centro cultural, o que delimitava os meus espaços de formação. E eu queria ser bailarina, então sonhava enquanto organizava as bonecas lado a lado, viradas para a frente de um palco inventado, e dançava os hits de David Bowie, Prince, Michael Jackson, Madonna.
Muitas vezes pensei que o circo fosse a única solução para sair daquela condição de corpo-cidade. Mas a separação dos meus pais trouxe a possibilidade de morar em outras cidades de Minas Gerais. Minha mãe queria criar as filhas em uma cidade maior, de preferência com universidades. No começo dos anos 90, nos mudamos para a casa de uma prima em Patos de Minas e depois para Uberlândia, onde ingressei na graduação de Psicologia (UFU), no começo dos anos 2000. Durante os anos da minha graduação, assim como no ensino fundamental e médio, dancei. Na faculdade, na escola, no clube, nas praças, no meio da rua, na garagem da minha casa, na casa de meus parentes, vizinhos e amigos, a dança contornou a memória do corpo-pensamento. Não consigo me imaginar sem a dança, ela está no formato do meu corpo, no meu jeito de existir, no meu jeito de imaginar, na minha rotina, nos meus assuntos.
Quando paro para localizar a minha relação com a dança, não sei bem quando tudo começou. Mas sei bem o quanto ela me salvou e salva. Nos álbuns de fotografia, a dança aparece capturada em poses e figurinos, ainda na primeira infância. Em mim, ela está impressa na alma. Não me lembro de tê-la abandonado. E nem de ser abandonada por ela. No entanto, dançar nunca foi fácil para mim. Desde criança, para frequentar as aulas de balé, precisava seguir à risca as muitas condições exigidas pelos meus pais. E também tinha a minha dificuldade em me adaptar à técnica do próprio balé.
Adolescente, só poderia dançar se me dedicasse também a passar no vestibular. Na faculdade, conciliava as aulas da psicologia com as aulas de dança da Cia UAIQDANÇA[1]. Conheci a dança moderna, a dança contemporânea, o contato-improvisação, as técnicas somáticas. Abandonei as sapatilhas de ponta para dançar com os pés descalços. Estudei anatomia simultaneamente na faculdade de psicologia e nas aulas de educação somática. A psicomotricidade e a dança me atravessaram em uma formação corpo-pensamento.
[1] Dirigida por Fernanda Bevilacqua, a UAIQDANÇA foi a primeira escola que me envolvi com a criação, no sentido de uma Cia de dança. Participei de alguns espetáculos da Cia em uma época que muito se falava sobre o método do intérprete-criador. Era início dos anos 2000 e a dança contemporânea começava a ganhar visibilidade em diversas regiões do Brasil, inclusive no interior. Situada em Uberlândia, a escola formou diversos artistas, bailarinos, pesquisadores e professores universitários.
Todavia, nunca fui uma boa bailarina. Mas o que seria mesmo ser uma boa bailarina? Ao longo da minha trajetória, vi bailarinas talentosas abandonarem a dança por diferentes motivos: faculdade, profissão, emprego, casamento, maternidade, saúde. Eu seguia e insistia nesse ofício, mesmo sem nunca ter conseguido sequer ter subido na ponta dos pés ou dançar como solista em um balé de repertório. Um dia, coloquei pregos em sapatilhas de ponta e contei a minha história de fracasso na dança, enquanto tentava subir na ponta dos pés e caía no chão com luvas de boxe[2]. Nomeei esta instalação coreográfica de “Museu do Fracasso”.
FOTO: FERNANDO MENDONÇA (2010)
A menina que sonhava cidades passou a dançar cidades quando se mudou para a capital, a cidade do horizonte belo. Conheceu a improvisação (e o contato), o que marcou, a partir dali[3], os seus contornos na dança. Mais uma vez, a mistura da pesquisa acadêmica e a prática de dança mobilizou a sua poética de vida-arte. Ingressou no mestrado em Artes (UFMG)[4] ao mesmo tempo em que dançava em um coletivo de experimentação em dança[5]. A improvisação marcou um contorno de sua pequena história na dança.
Não me lembro em quantas praças dancei. Também não me lembro quanta gente circulou em minhas aulas de dança nas escolas, estúdios, faculdades, festivais, oficinas, seminários[6]. Dancei e falei sobre dança para muita gente. Sinto multidões dançando em mim. O entendimento de que a autobiografia poderia funcionar como ferramenta para a criação artística me proporcionou a licença poética para poder falar sobre meus próprios repertórios. Naquele momento, as políticas públicas brasileiras estavam em pleno funcionamento, com editais e leis de fomento via MINC e FUNARTE. Conheci Fortaleza pela Bienal de Dança do Ceará e senti uma abertura para criar uma relação com a cidade. Decidi embarcar na aventura de me mudar e descentralizar o olhar da retina de quem só mira no Sudeste para fazer arte neste país.
Vendi minhas roupas, alguns livros e outros pertences pessoais para levantar economias. Amontoei duas caixas na casa da minha mãe, comprei uma grande mala de rodinhas e parti para o nordeste brasileiro. Chovia em Belo Horizonte. Chovia em Fortaleza. Por meio de um edital de concurso para professor substituto, consegui uma vaga para professora de psicomotricidade no curso de pedagogia da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Assim, pude acompanhar, por meio de estágios e orientação de monografias, a rotina de vários estudantes de pedagogia na educação infantil, trabalhando corpo e educação.
[2] Essa instalação coreográfica foi apresentada em uma Mostra na UAIQDANÇA no início dos anos 2000 e também foi apresentada após mais de 15 anos para uma banca de avaliação em São Paulo, para a retirada de meu registro profissional de bailarina – o DRT. Mesmo tendo dançado em diferentes grupos e cidades, foi apenas quando cheguei em São Paulo, em 2017, com mais de 30 anos de idade e não sei quantos de história na/com a dança, que retirei o meu registro profissional.
[3] Assim que cheguei em Belo Horizonte, comecei a frequentar o grupo de contato-improvisação do estúdio Dudude Herrmann, onde fiquei por alguns anos participando de muitos projetos junto à Cia Benvinda.
[4] https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/JSSS-8H8PVH?locale=es. Em 2010, defendi a dissertação de mestrado com o título “Corpopaisagem: dança e experiência pública urbana”, na Escola de Belas Artes da UFMG, em Belo Horizonte. Esta pesquisa, de cunho prático-teórico,
deu-me autonomia como artista da dança e da improvisação. Nesta época, participei de muitos coletivos de contato-improvisação, de residências artísticas e também de festivais, mostras e bienais, dando oficinas e dançando no espaço público urbano.
[5] Por meio de um programa de formação em artes - “Arena da Cultura” – da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, consegui desenvolver uma pesquisa prática de improvisação nas praças da cidade com os alunos. Com a finalização do ano e a consequente paralisação do programa, os alunos se mobilizaram para dar continuidade às experimentações de forma autônoma, criando o coletivo “Em Obras”. A ideia era semanalmente: ocupar uma praça da cidade com a improvisação em dança. O coletivo durou cerca de 2 anos e ocupou diversas praças da cidade.
[6] Mesmo tendo concluído uma graduação em psicologia, minha entrada no mercado de trabalho foi por meio da dança, ministrando oficinas em projetos culturais da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Neste momento, a educação começou a fazer parte da minha história na dança.
Me pergunto onde começam as infâncias na minha trajetória. Estralo a coluna enquanto espreguiço na cadeira tentando resgatar essa lembrança em mim. A primeira criança que tive contato foi a minha irmã. Aprendi a dividir meu quarto, meus brinquedos, esquentar o leite e colocar na mamadeira, e aceitá-la nos meus “rolês” de criança mais velha. Quando adolescente, cuidei de alguns primos enquanto suas mães estudavam. Na faculdade, fiz estágio na área de psicologia escolar em uma escola do ensino médio e também no CAPS infantil.
Como professora universitária, mergulhei nas teorias do desenvolvimento infantil enquanto lia Paulo Freire e participava de um grupo experimental de teatro da cidade[7]. A educação, cada vez mais, fazia sentido no meu propósito poético. A sala de aula funcionava como palco que operava como lugar de fala: ser vista e escutada. Decidi fazer o doutorado na faculdade de educação para conseguir elaborar essas linhas entrelaçadas na minha história: dança, cidade, educação, infância. Minha proposta de doutorado tinha como metodologia o ato de caminhar (e de dançar)[8]. Um dos materiais audiovisuais produzido durante a pesquisa - “Meninada do Hotel Cambridge”[9]- circulou em eventos acadêmicos e culturais. Concomitantemente, comecei a ministrar oficinas de artes para crianças em um programa da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo[10], assim como oficinas de curta duração em festivais culturais no Brasil.
[7] Grupo Emfoco, dirigido pelo pesquisador Eduardo Bruno. Assim que cheguei em Fortaleza, conheci o grupo e logo engatei em um laboratório de pesquisa na Escola Porto Iracema das Artes para montagem do espetáculo “Price World ou sociedade a preço de bananas”. Esta peça, que estreou em 2014, acontecia dentro de um ônibus em percurso pela cidade, parando em lugares estratégicos onde aconteciam determinadas cenas fora do ônibus.
[8] https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1166496. Com o título “Videocartografias: dramaturgias do espaço no centro de São Paulo”, defendi a tese de doutorado na Faculdade de Educação da UNICAMP, com pesquisa que concebia a cidade como campo expandido para as artes ou laboratório para práticas experimentais estéticas. Por meio de um dispositivo conceitual intitulado videocartografia, a pesquisa propunha práticas que aliavam dança e cinema em composição com a cidade. Com um termo de consentimento em mãos assinado pelos responsáveis, consegui estar no espaço público urbano com crianças e adolescentes do MSTC – Movimento sem-teto do centro de São Paulo – de 2017 até 2019. Desta forma, conheci o centro da cidade com as crianças e adolescentes, nessas experimentações urbanas.
[9] https://www.youtube.com/watch?v=dp5AUSwkRwM
[10] Em 2019, integrei a equipe de artistas-educadores do Programa de Iniciação Artística – Piá – dedicado a crianças de 6 a 14 anos.
FOTO: ACERVO DE PESQUISA - PROGRAMA PIÁ (2019)
Misturada com as crianças e adolescentes no centro de São Paulo, experimentei, de fato, uma cartografia afetiva. Descobri atalhos, passagens secretas, árvores frutíferas, o rio Saracura, enquanto escrevia sobre tudo isso amparada por Ranciére, Larrosa, Lapoujade, Deleuze e Guattari. Estudar sobre dança me deu corpo teórico.
FOTO: ACERVO DE PESQUISA (2019)
No ano em que completava 40 anos, uma pandemia mundial atravessou nossos humores, trazendo afetos tristes. Os espaços culturais foram os primeiros que fecharam as portas. Depois, foram as escolas. Confinados, aprendemos como nunca a comunicação pela internet e a transmissão de lives. De repente, estava trancada dentro de um apartamento no centro de São Paulo. De repente, estava em uma performance radical e de longa duração chamada gestação. De repente, começava a ler artigos e livros sobre gravidez e maternidade, ao mesmo tempo em que acompanhava noticiários e obituários envolvendo uma crise pandêmica mundial, provocando desvios de rota na minha própria pesquisa acadêmica: como falar de cidade em um momento em que nos pedem para ficar em casa?
Estranhamente plena e nutrida por uma revolução hormonal, praticava yoga e meditação, tomava sol de manhã pela janela do quarto e dançava um disco de vinil ao final do dia na sala. Lira nasceu junto com uma tese de doutorado. O nascimento de meu filho trouxe tanto letramento quanto uma pós-graduação. Vê-lo se desenvolver e se descobrir no mundo alargou meus conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, principalmente em relação à primeira infância. Aprendi sobre o puerpério vivendo o puerpério. Antes, não me lembrava se já tinha ouvido falar dessa palavra, mesmo tendo feito uma graduação em ciências humanas. Entendi que a maternidade, assunto comum entre todos, também carrega uma enorme invisibilidade no campo social. Não se fala sobre as mães em nossa sociedade.
Logo que meu filho nasceu e no auge da pandemia, reativei o meu certificado de psicóloga junto ao Conselho de Psicologia para trabalhar online com a clínica psicoterapêutica. Ansiosa, grávida e tendo que lidar com o dentro-fora dos acontecimentos, procurava encontrar na internet outras gestantes e mães com questionamentos parecidos. Inventei uma rede de apoio para existir nessa cidade, desmistificando o modelo de que a única rede possível é a família[11]. Semanalmente, comecei a mediar um grupo terapêutico para mães, oferecendo a escuta ativa nessa mistura de experiências com a maternidade.
Com meu filho no colo (e na teta em livre demanda), voltei para o mercado de trabalho em simultâneo com o país que também retomava à vida urbana. Retomei o meu ofício nos contornos de minha história como artista-educadora nas políticas públicas culturais; e mais atualmente, no PIAPI, projeto destinado à primeira infância. Nesse momento, também me reinventava: aquela menina que virou mulher, que virou mãe, que engordou quase trinta quilos, que passou por um processo cirúrgico de emergência e uma depressão pós-parto, que viveu uma pandemia mundial, precisava sair de casa e existir: como mulher, artista, mãe, pesquisadora, doutora, sonhadora.
No PIAPI, percebia como era potente o tete-a-tete com as mães puérperas. Em um programa para a primeira infância, onde o protagonismo é da criança pequena, o olhar para quem cuida muitas vezes é inexistente. Nesse envolvimento, propus rodas de mães como ação cultural no programa e passei a circular nos equipamentos públicos culturais de São Paulo para conversar com mães de diferentes regiões.
[11] https://www.instagram.com/coletivo.segurandoaspontas/ Em 2022, criei, juntamente com outras mães, o Coletivo Segurando as Pontas, com o intuito de oferecer serviços de saúde clínica médica e psicoterapêutica online para mães a preços sociais e acessíveis. O ponto em comum das profissionais deste coletivo é a abordagem antiproibicionista, a partir do acolhimento e por meio da redução de danos. O coletivo funciona de forma online, atendendo mães de diferentes regiões do Brasil, e também mapeia mães da mesma cidade, criando encontros e fortalecendo a rede de apoio entre elas.
FOTO: ACERVO DA RODA DE MÃES (2022)
A maternidade, de repente, virou minha pauta principal: como psicóloga na clínica online individual e de grupo, como artista-educadora no PIAPI, com minhas amigas e grupos. Fui convidada para participar de um processo de ensaio e estreia do espetáculo cênico “Mutação de Apoteose” no Teatro Oficina. Minha função era estar no espaço com as crianças pequenas, auxiliando mães e pais do elenco, em uma espécie de rede de apoio. Quando adolescente, vi uma peça do Teatro Oficina na minha cidade natal e desejei ir embora com aquela grande trupe. Agora, estava ali, aprendendo a cuidar e atuar, e a misturar essas duas coisas.
Depois que pari, por um momento pensei que não seria mais possível ser artista, que deveria me contentar em ser artista-educadora e pronto. Talvez seja esse mesmo pensamento que me levou para o fundo do fundo da depressão. Mas os ecos das muitas mães que passavam na minha vida começaram a gritar para fora da cabeça. Em meio a um processo de desmame, criei a performance “Radioteta”, uma espécie de standup materno para falar sobre questões envolvendo puerpério e maternidade. Pedi para me apresentar no intervalo de shows de bandas de rock que gostava, como uma forma de me sentir segura diante à exposição em um momento de fragilidade. Acredito que a Radioteta tenha sido, até aqui, o meu trabalho mais significativo, especialmente se partirmos do princípio de que arte e vida são uma coisa só.
FOTO: SEBASTIAN CAUVET (2024)
No percurso de minha pequena história na dança, percebo as diversas linguagens artísticas em camadas; já não sei mais se invento dança ou faço banda[12], se é gesto ou se é ruído, se é performance ou ato político, autobiografia ou feminismo, se estou atuando com maternidades ou infâncias. Tenho em mim muitas histórias e muitas expressões possíveis. Acredito que a formação é permanente e sigo aprendendo todos os dias com mães e crianças, com pessoas e cidades. Como mãe-artista, levanto a bandeira da criação, afirmando ser possível uma maternidade artista. Atuar como psicóloga de mães me traz muita aprendizagem nessa escuta de histórias. No PIAPI, nesses últimos anos de mergulho com/na primeira infância, aprendi a estruturar um plano de atividades que contemple cada vez mais a criança pequena[13], o que acredito também ser a minha contribuição na história da dança contemporânea para as infâncias. Quero poder fazer cada vez mais. UFA. Estou viva.
[12] Desde 2018 comecei a pesquisar o gesto e a expressão como possibilidade sonora, experimentando, junto à Banda Fisiológica, o conceito de “música para ver”. De lá para cá, participei de inúmeros shows com a banda, afinando gesto, expressão e ruído nas narrativas sonoras.
[13] Neste ano, em parceria com a artista-educadora Karina Nakahara, planejamos construir um material artístico-pedagógico a partir de nossos encontros com os bebês, de forma que contemple a dança e a primeira infância.